Esta foi a primeira vez que uma pessoa governante se afirmou publicamente lésbica, gay ou bissexual, num país que tem dado passos fundamentais no combate à discriminação das pessoas LGBTI, mas no qual o armário ainda tende a ser a regra. Embora em Portugal cada vez mais se legisle em prol de todos e todas, é óbvio o fosso entre o que diz a lei e a realidade de todos os dias das pessoas LGBTI. O momento reveste-se de maior importância também por se tratar de uma mulher, já que a invisibilidade sobre as mulheres lésbicas e bissexuais é ainda mais gritante. As palavras de Graça Fonseca, proferidas numa entrevista ao Diário de Notícias conduzida por Fernanda Câncio, tiveram grande repercussão em vários meios de comunicação social e revestiram-se sem dúvida da maior importância para tantas e tantos de nós que ainda não conseguiram sair do armário do medo, da invisibilidade e do silêncio.
Ao contrariar este medo, esta invisibilidade e este silêncio, com orgulho e sem vergonha, Graça Fonseca juntou-se à crescente lista de figuras públicas que apontam para o caminho da igualdade em Portugal. Aplaudimos, por isso, a nossa Secretária de Estado da Modernização Administrativa. Porque precisamos de mais exemplos como este: e porque nunca é demais dizer que #BastaDeArmário