Notícia

Dia Internacional da Assexualidade

Hoje, dia 6 de abril, assinala-se o Dia Internacional da Assexualidade. Este é um dia de campanha internacional que promove visibilidade de todo o espectro ace (conceito umbrella que é abreviatura para “assexual”), incluindo, além da assexualidade, a demissexualidade, a greyssexualidade e outras identidades ace.

Os temas associados a este dia são: Ativismo, Celebração, Educação, Solidariedade. Reconhecendo e visibilizando a comunidade ace internacional e o trabalho que as organizações fazem neste campo, principalmente em países não ocidentais e/ou não falantes de inglês. 

Numa sociedade em que a atração sexual e o papel do sexo são muito valorizados e enfatizados nas relações e na vida das pessoas (denominada alo-normativa), as pessoas do espectro ace procuram o seu lugar, reivindicando a necessidade de mais visibilidade e mais educação. Na ausência de sentir ou experimentar atração sexual total ou parcial por qualquer pessoa, independentemente do sexo biológico e/ou género, pessoas no espectro ace, podem sentir muitas vezes o mundo como um território hostil. Um território onde são muitas vezes julgadas, desumanizadas e infantilizadas por quem são. 

Para muitas pessoas dentro do espectro ace, descobrir uma comunidade é um fator essencial de bem estar e combate ao isolamento e solidão. Pois é ao sentir que não se está só e que não se tem um problema, que permite alcançar uma forma de libertação plena. Ainda que os números apontem para um valor entre 1 a 2% da população mundial, o facto de ser uma orientação com tão pouca visibilidade e com tão pouca divulgação mediática, torna esta percentagem possivelmente aquém da realidade.

É neste sentido que a comunidade ace tem tido um papel fundamental para desmistificar o lugar do sexo nas relações de afeto, a sua centralidade e o impacto social de uma sociedade construída sobre os pilares das relações sexuais.  

Queremos desta forma continuar os nossos esforços para tornar as nossas redes mais inclusivas, menos alo-centradas e, consequentemente, menos violentas para esta comunidade. Numa sociedade que peca fundamentalmente pela falta de interseccionalidade e de reconhecimento de uma diversidade tão essencial para a vida humana, é-nos importante marcar este dia e afirmar-nos também como um espaço que procura ser mais humano e sensato para todas as pessoas.