Dia Internacional das Pessoas Não-Binárias 2024 – Manifesto do GRIT

Manifesto do GRIT a propósito do Dia Internacional das Pessoas Não-Binárias 2024.

Manifesto

Neste ano em que celebramos os 50 anos da Revolução dos Cravos, as pessoas não-binárias continuam sem o reconhecimento e os direitos que lhes permitam viver em plena liberdade.

O chumbo de uma proposta recente, que acabaria com a ligação obrigatória entre nome próprio de uma pessoa e a sua identidade de género, atrasou uma alteração necessária ao registo civil. Uma alteração que ia dar visibilidade às nossas existências, uma visibilidade que o poder político decidiu bloquear para nos usar como peões no seu jogo.

Temos um longo e árduo caminho pela frente. As pessoas não-binárias ainda enfrentam várias dificuldades. É uma identidade ainda não reconhecida legalmente em Portugal e em muitos outros sítios do mundo. A falta de reconhecimento legal impede-nos de aceder de forma segura a cuidados de saúde, ao mercado de trabalho, educação e tantas outras facetas da nossa vida quotidiana.

Hoje, o Dia da Visibilidade Não-binária, mostramos a nossa identidade com certeza e orgulho. Uma identidade que ainda é muitas vezes ignorada, ridicularizada, esquecida e invisibilizada. Celebramos a nossa não-binariedade perante uma sociedade que não nos reconhece e lutamos para desmantelar um sistema social construído sob um domínio binário.

Celebramos a nossa identidade, porque as pessoas não-binárias sempre existiram ao longo dos séculos. Afirmamo-nos perante um sistema binário, que nos oprime, que oprime a nossa visibilidade e a nossa existência. Merecemos uma vida digna, uma vida de autodeterminação. Lutamos pela nossa pluralidade de existências, pela liberdade das nossas experiências de ser não-binárie.

Celebramos o Dia da Visibilidade Não-binária, porque nós existimos, porque não nos conseguem apagar. Porque a nossa comunidade continua a crescer, a estar mais empoderada, a lutar contra este sistema opressivo, e a ser mais visível, construindo redes de apoio.

Porque temos orgulho em ser quem somos.

Porque temos orgulho na nossa liberdade de ser.

Porque temos orgulho nas nossas identidades não-binárias.

GRIT
Lisboa, 14 de julho de 2024