Notícia

1 de maio: dia de mães e da pessoa trabalhadora

Quando falamos de Direitos Humanos, falamos, acima de tudo, de lutas intersecionais – porque as nossas vivências atravessam vários contextos, vários espaços e várias injustiças. Hoje celebramos o dia 1 de maio e celebramo-lo duplamente pelas pessoas que são mães, pelas pessoas trabalhadoras, pelas pessoas mães e trabalhadoras, mas também pelas pessoas que, neste contexto da parentalidade ou do trabalho, vêem os seus direitos negados.

O contexto pandémico que nos confinou por longos períodos destapou a realidade do trabalho invisível: as dificuldades da conjugação dos compromissos laborais e dos compromissos familiares, sem mencionar o direito ao tempo de lazer. Segundo a Organização Mundial do Trabalho, mais de 2 milhões de mães deixaram de trabalhar em 2020, por variadas razões. Sabemos, ainda, que esta realidade foi e é ainda mais dura para mães LGBTI+, racializadas, migrantes ou com divergência neurológica e/ou funcional, cujos contextos passam tantas vezes pelo mercado de trabalho informal, ainda mais precário, onde a exploração é a regra e não a exceção.

As condições laborais são mais duras quantos mais sinalizadores de discriminação as pessoas acumulam nas nas suas identidades, vidas e contextos. O 1 de maio celebra uma luta trabalhista de séculos de existência e reivindicações, mas assinala também que este é um processo longe de estar terminado.

Nesta data e em todas, exigimos o direito ao trabalho e ao direito de constituir e suster família, mas exigimos, acima de tudo, que esse direito seja acompanhado do cumprir dos deveres por parte do Estado, das entidades empregadoras, bem como leis e práticas que garantam a efetiva proteção de todas as famílias e de todas as pessoas no mercado de trabalho. Exigimos que todas as atividades que constituem trabalho sejam reconhecidas como tal perante a lei e possam beneficiar da proteção desse reconhecimento.

Exigimos trabalho e condições que nos permitam viver e não apenas sobreviver. Porque passamos uma grande parte das nossas vidas a trabalhar, exigimos, enfim, uma vida laboral e familiar digna para todas as pessoas LGBTI+.