Exigimos um mundo que valorize e proteja as vidas trans em toda a diversidade.

Todos os anos, no Dia Internacional da Memória Trans (TDoR) pessoas trans, não-binárias e de género diverso reúnem-se enquanto comunidade e em luto para lembrar, honrar e homenagear todas as pessoas trans, não-binárias e de género diverso a quem foram tiradas as vidas pelo simples facto de existirem fora da cisheteronormatividade.

Este é um dia de dor profunda. O TDoR assinala-se desde 1999 quando um grupo de ativistas se juntou para homenagear Rita Hester e Chanelle Pickett, mulheres negras trans, assassinadas em Massachusetts.

Vinte e seis anos depois, apesar de toda a luta e ativismo a violência continua – e é hoje alimentada por movimentos anti-género e anti-direitos-humanos que negam a existência das pessoas e identidades trans, fomentam o ódio e recusam reconhecer os direitos humanos mais básicos.

Entre 1 de outubro de 2024 e 30 de setembro de 2025, foram registadas 281 pessoas trans, não-binárias e de género diverso assassinadas em todo o mundo. Cada morte representa uma vida interrompida, famílias destruídas e comunidades feridas. O TDoR lembra-nos que cada nome importa e que a luta por justiça e segurança está longe de terminar.

Vidas Trans têm de ser protegidas

A violência enfrentada pelas pessoas trans não é um fenómeno isolado. Está profundamente ligada à exclusão sistémica das pessoas trans da vida social, económica, cultural e política – exclusão que cria vulnerabilidade, precariedade e risco.

Proteger vidas trans é uma urgência: políticas públicas sólidas, combate ao discurso de ódio, acesso efetivo a saúde e educação, mecanismos de proteção e justiça, e um compromisso claro da sociedade em garantir os direitos humanos de todas as pessoas trans.

Monitorização dos assassinatos de pessoas trans

Apesar da crescente visibilidade das pessoas e identidades trans e de um maior reconhecimento das desigualdades que nos afetam, a violência contra pessoas trans continua.

Entre 1 de outubro de 2024 e 30 de setembro de 2025 foram reportados 281 assassinatos de pessoas trans, não-binárias e de género diverso pelo projeto Trans Murder Monitoring (que compila dados globais sobre assassinatos de pessoas trans, não-binárias e de género diverso).

Estes números não são estatísticas abstratas – são vidas perdidas, histórias interrompidas e um apelo urgente à ação, solidariedade e mudança estrutural da sociedade.

Homenagem

Cada um destes nomes é memória, luto, honra e homenagem. É um testemunho da sua existência, da sua dignidade e do compromisso coletivo de nunca deixar que estas vidas sejam apagadas.

Comunicado do GRIT

Hoje assinala-se o Dia Internacional da Memória Trans. Um dia para honrar e homenagear todas as pessoas trans, não-binárias e de gênero diverso que viram o seu direito à existência, o seu direito à liberdade, o seu direito a viver em plenitude, encurtado pela violência transfóbica que subsiste e persiste na nossa sociedade ao nível global.

Homenageamos todos os dias vividos, todas as batalhas vencidas contra a invisibilidade, contra o apagamento histórico, contra a violência, todos os dias de resistência contra um
sistema opressor.

Sabendo que globalmente assistimos a uma série de direitos postos em causa, ao nível do acesso ao trabalho digno, do acesso à saúde, do acesso à habitação, vemos com clareza como a sua influência mais intensa na nossa comunidade expõe ainda mais estas fragilidades sociais.

Apesar da crescente consciencialização, a nossa comunidade debate-se também com a crescente violência vivida através de movimentos consertados que instrumentalizam as nossas vidas para alimentar discursos de ódio e desinformação com vista a fins políticos.

Neste dia, em união e reflexão, apelamos ao respeito pelos direitos humanos universais.

Apelamos à sua construção através dos movimentos de base, que em comunidade acolhem, cuidam, criam visibilidade e atuam. Somos comunidade e resistência.

Resistimos exigindo ação urgente que se traduza em legislação contra o ódio acompanhada de medidas de justiça económica, que quebrem barreiras no acesso ao trabalho, à saúde e
à habitação.

Exigimos justiça, o direito à expressão, o direito a uma vida plena, exigimos futuro.

Caminhamos no mesmo caminho trilhado por quem hoje homenageamos, em solidariedade e em resistência.

A comunidade GRIT

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Atividades em 2025

Lisboa

• Na Rádio Quântica
  • O quê: filme + conversa + poetry slam e leituras ao vivo
  • Horas: 17h às 22h
  • Onde: Rádio Quântica (Alcântara/Ajuda)
  • Organização: Rádio Quântica
  • Mais informação: aqui
• Na Sirigaita
  • O quê: jantar por donativo + filme + microfone aberto
  • Horas: a partir das 19h
  • Onde: Sirigaita (Intendente)
  • Organização: coletivos Qravo, Rebenta e Transmutar. O GRIT irá participar nesta atividade
  • Mais informação: aqui
• No Centro LGBTI+
  • O quê: vem conversar, descansar, desenhar, acender uma vela, ou apenas estar connosco. Presentes, em solidariedade e em memória de todas as vidas trans que nos inspiram.
  • Horas: 19h às 22h
  • Onde: Centro LGBTI+ (Baixa)
  • Mais informação: aqui

Porto

• Na EHTP e Campo 24 de agosto
  • O quê: filme + conversa + vigília
  • Horas: filme + conversa a partir das 18h45; vigília a partir das 21h15
  • Onde: Rua da Firmeza 71 e Campo 24 de agosto
  • Organização: Organizado pelo grupo de pessoas trans, não-binárias e em questionamento identitário que se encontra mensalmente nas conversas sobre saúde trans no Porto, com apoio da COMOP e da EHTP.
  • Mais informação: aqui