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ATUALIZAÇÃO: DECISÃO DE NÃO-REALIZAÇÃO DA MARCHA DO ORGULHO LGBTI+ DE LISBOA

ATUALIZAÇÃO: DECISÃO DE NÃO-REALIZAÇÃO DA MARCHA DO ORGULHO LGBTI+ DE LISBOA

A Comissão Organizadora da Marcha do Orgulho LGBTI+ de Lisboa deliberou na noite de sexta-feira a não realização da Marcha este sábado. A Comissão recebeu no final desta tarde um parecer da Direção-Geral da Saúde cujo ponto 20 da conclusão aqui citamos:

“(…)
face às condições epidemiológicas conhecidas, à data na região de Lisboa e Vale do Tejo, que sofreram um agravamento recente e significativo, esta Comissão Técnica considera que não existem condições para que o evento se realize com as condições sanitárias necessárias à proteção tanto dos participantes, organizadores bem como de todas as pessoas que possam assistir à Marcha e estejam solidárias com a sua causa. Deste modo desaconselha-se a realização do evento na data prevista, e recomenda-se o seu adiamento para data posterior, na qual a situação pandémica seja mais favorável.”

A ILGA Portugal reconhece validade neste parecer e reforça a sua posição de responsabilidade pública face ao contexto de pandemia e às pessoas que representa, não sendo esta, naturalmente, a nossa única razão de concordância com a não-realização da marcha. Acresce a este parecer o número de apelos de suspensão enviados desde ontem por parte de pessoas manifestantes residentes fora da Área Metropolitana de Lisboa e que estão impedidas de participar na marcha.

Com todo o sentido de responsabilidade e por todas as razões de saúde pública associadas – e agora também avaliadas por parte de instituições com as quais trabalhamos e que se dedicam a promover a informação na saúde, algo que valorizamos e sempre exigimos –, entendemos que não existem condições para a realização da 22.ª marcha do Orgulho LGBTI+ de Lisboa marcada para 19 de junho de 2021.

A ILGA Portugal concorda com a não realização da Marcha amanhã, tal como deliberado na noite de 18 de junho em reunião da Comissão Organizadora. Esta é a posição da ILGA Portugal, que refletimos neste comunicado nosso aqui partilhado e cujo posicionamento político e associativo não é de crítica à atuação da DGS ou de qualquer outra entidade. É, sim, da parte da ILGA, uma posição de responsabilidade que, sabemos, poderá não coincidir com outros posicionamentos que venham a ser públicos.

A todas as pessoas que nos acompanham e que connosco queriam marchar, lamentamos toda a situação, mas face a este parecer, será este o caminho de ação.

Continuaremos a marchar diariamente no caminho da luta pelos Direitos LGBTI+, e a apoiar as dezenas de pessoas que todos os dias recorrem aos nossos serviços, reforçando o sentido de comunidade que tanto precisamos e que tanto temos vindo a construir durante todos estes anos de ativismo, apesar dos desafios que vivemos atualmente.