
Encerramento da exposição KINGS.
KINGS
de Inês Ventura
15 de outubro a 15 de novembro
Sinopse
““Senhor! Senhor!”, gritou novamente, concluindo seus pensamentos, “devo então começar a respeitar a opinião do outro sexo, mesmo que me pareça monstruosa? Se uso saias, se não posso nadar, se tenho de ser salva por um marinheiro, meu Deus!”, gritou, “devo!” E com isso entristeceu.”
Virginia Woolf
“Sou feita e refeita continuamente. Pessoas diferentes retiram palavras diferentes de mim.“
Virgínia Woolf
KINGS é a segunda parte do projecto documental QUEENS, KINGS & QUEERS, com foco na presença dos Drag Kings na cena drag em Portugal.
Tradicionalmente, a arte drag tem sido associada às Drag Queens, enquanto os Drag Kings – pessoas que performam masculinidade, incluindo mulheres e pessoas não binárias – permanecem pouco visíveis.
Pese embora a sua invisibilidade histórica, consegue-se datar a primeira apresentação conhecida de personificação masculina durante a Dinastia Tang (618-907), e o filme “Le Duet d’Hamlet” (1900) transformou a história das artes, do cinema, da actuação e da própria performance de género quando Sarah Bernhardt assume o papel principal e interpreta o príncipe Hamlet.
A actriz, pioneira na interpretação de papéis masculinos, foi uma das únicas a representar tanto Hamlet quanto Ophelia.
Em Portugal, os Drag Kings são ainda uma performance de nicho.
Enquanto desbravam o seu caminho no mundo drag – e na sociedade em geral -, os artistas apresentam-se como Kings & Queers, com performances politizadas, num manifesto claro contra a masculinidade tóxica, desafiando os papéis de género e de binarismo.
Este projecto só é possível graças aos colectivos Kings of Kiteria e Queer as fuck.
Drag Kings retratados: A. M. Dickless, Joaquim Fónix, Márcio de Gaya, Orlando, o Drag King, PatPat, Só Carlos, Xicão Xicano, The Vulnerable King.
Inês Ventura
Oeiras, 1984. Trabalha em fotografia e filme explorando questões sociais, antropológicas e psicológicas, interessando-se pelo seu potencial como formas de conhecimento e de intervenção política.
O seu trabalho já foi exposto nos Maus Hábitos, Porto (2023), na XXIII Bienal Internacional de Arte de Cerveira (2024), no m|i|mo – Museu da Imagem em Movimento, na Casa do Comum, na Saatchi Gallery, Londres, como parte da International Photography Exhibition 166 da The Royal Photographic Society e na XXIV Bienal de Artes do Avante! (2025).
Em 2023 recebeu apoio da DGARTES para o livro de fotografia Queens, Kings & Queers, publicado em 2025. Em filme, realizou a sua primeira curta-metragem documental CONTRA A MARÉ (2024) na Guiné-Bissau, e o filme-ensaio a Menina do Mar (2025), seleccionado para a Open Call FUSO e exibido no MAAT Central.
Frequenta actualmente o Mestrado de Antropologia, especialização em Culturas Visuais, na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (2024/2026).
Informações
- Quando: sábado, 15 de novembro (exposição patente de 15 de outubro a 15 de novembro)
- Onde: Centro LGBTI+
- Ruído esperado: baixo
- Interação esperada: baixa
- Ocupação esperada: baixo