Notícia

Contra o discurso de ódio, respostas comunitárias e de apoio mútuo

Nas últimas semanas, o espaço mediático tem sido, mais uma vez, inundado de discurso de ódio transfóbico, utilizado como arma de arremesso para violentar pessoas em específico, mas também para diminuir todas as comunidades de pessoas trans, não-binárias e de género diverso. É esta, aliás, a maior perversão dos ataques pessoais que vão tomando espaço nos meios de comunicação tradicionais e nas redes sociais: transformam-se, pela força do ódio, em agressões transversais a grupos de pessoas, que vêem as suas identidades e formas de vida serem violentadas e invalidadas, quase sempre sem possibilidade de resposta. 

Contra toda a violência perpetuada e contra o ódio, relembramos:

  • Que segundo os Princípios de Yogyakarta, os direitos fundamentais relativamente à identidade de género devem ser garantidos a qualquer pessoa e segundo a Declaração Universal dos Direitos Humanos todas as pessoas têm direito a uma vida digna, livre de violência e não descriminação.
  • Que qualquer ataque em razão da orientação sexual, identidade e/ou expressão de género e característica sexuais constitui um crime de ódio.
  • A identidade de género não tem de ser justificada e não deve ser escrutinada, analisada e minimizada em espaço público. As pessoas trans, não binárias e de género diverso têm o direito a usufruir de qualquer espaço na sua vida social, pública e privada de forma segura, sem estigma ou preconceito ou violência.
  • A identidade de género não é uma escolha, mas o preconceito, o ódio e a violência são.

Assim, manifestamo-nos contra qualquer forma de violência que se perpetue em qualquer meio de comunicação. Manifestamo-nos em solidariedade com qualquer pessoa vítima deste tipo de ataques à sua dignidade e à sua integridade física e psicológica.

Conscientes da nossa responsabilidade, fazemos ativamente um trabalho de denúncia dos casos de transfobia às entidades competentes.

Contra o ódio que se ergue contra as nossas vidas, respondemos em comunidade e com a resiliência que aprendemos todos os dias das nossas vidas.

A ILGA Portugal tem respostas comunitárias e de apoio especializado para todas as pessoas LGBTI+ vítimas de violência e/ou que procurem espaços mais seguros:

Encorajamos também todas as pessoas que tenham os meios necessários (acesso à internet, força anímica, saúde mental, tempo, etc), a que façam também ouvir as suas vozes. Uma sociedade mais inclusiva faz-se pelo esforço coletivo de não nos deixarmos silenciar. 

Se testemunhaste discurso de ódio online, em meios de comunicação e em redes sociais:

  • Escreve aos meios de comunicação onde viste este tipo de discurso
  • Participa a situação à Entidade Reguladora para a Comunicação Social em https://www.erc.pt/pt/portal-das-participacoes/
  • Denúncia comentários e publicações de ódio diretamente às plataformas de redes sociais