Hoje, 18 de dezembro, assinala-se o Dia Internacional das Migrações. Enquanto associação pela defesa dos direitos das pessoas LGBTI+, das suas famílias e de todos os direitos humanos, não poderíamos deixar de assinalar esta data. Ainda mais, quando são cada vez mais pessoas migrantes a procurar a ajuda dos nossos serviços, a bater à porta do nosso Centro Comunitário e a enviar-nos emails com pedidos de ajuda de todos os lugares do mundo.
A migração, e a perceção sobre a mesma, tem vindo a alterar-se muito e, para as pessoas LGBTI+, os desafios são também cada vez maiores. Esta é uma realidade que devemos compreender e aceitar para melhor acolher as pessoas que procuram o nosso país em busca de uma vida melhor ou que fogem da perseguição, violência, fome e adversidades extremas dos seus países. Devemos às pessoas migrantes não só um acolhimento digno como também uma resposta global que assegure uma vivência plena e livre de opressão, violência e perseguição. Não só pelo impacto positivo que têm na nossa sociedade, pela diversidade que acrescentam, pelo valor que asseguram, mas principalmente porque são pessoas.
No caso das pessoas LGBTI+, há uma necessidade crescente de acolhimento e de respostas concretas, uma vez que a legislação anti-LGBTI+, as práticas persecutórias, os casos de violência e o discurso de ódio aumentam em muitos países, inclusivamente na Europa e no chamado mundo ocidental. Comparativamente, Portugal ainda é hoje um lugar seguro para as nossas populações e tudo faremos para que assim se mantenha nos próximos anos, contribuindo para a construção de comunidades feitas de pessoas livres, sem medo e com vivências plenas.
Ao longo de 2024, nos nossos serviços, acompanhámos 73 pessoas com nacionalidade estrangeira e são muitos mais os pedidos de ajuda que nos chegam. Não temos capacidade para acolher todos eles, muitas vezes não temos as respostas que precisam, mas persistimos, trabalhando em rede com outras associações e coletivos, alertando as instituições públicas, pressionando politicamente, sensibilizando as nossas comunidades.
Há sempre mais por fazer. Sempre, todos os dias.
No Dia Internacional das Migrações, queremos evidenciar essa necessidade, essa urgência em humanizar o que está desumanizado, esse imperativo de tornar Portugal um país efetivamente acolhedor e seguro para as pessoas migrantes, LGBTI+ e não só, que nos procuram. Hoje e todos os dias.