Notícia

Dia Internacional das Pessoas Não-Binárias 2022

Existir nem sempre é uma realidade e nem sempre está no imaginário das pessoas. O que faz de nós existir sem efetivamente viver? Lembraremos todos os anos, neste dia, 14 de julho, a importância para a sensibilização da sociedade ocidental para a identidade de género como experiência múltipla, não homogénea e que é um direito fundamental humano. 

Queremos o direito à identidade.

Queremos o direito à identidade, pois é fundamental para que cada pessoa possa viver em plenitude de quem é. Não queremos mais máscaras que nos sufocam o dia-a-dia e que nos reduzem até não existirmos. Não queremos mais assumpções de quem nós somos pelo que as pessoas interpretam de nós.

Queremos que nos ouçam.

Queremos que nos ouçam falar das nossas identidades com uma escuta ativa. Que respeitem a nossa existência e que se comprometam a questionar o traço social em que vivemos e que entendam as múltiplas discriminações que sofremos. Não somos apenas pessoas Não-Binárias, somos parte de uma mudança de paradigma e parte de um questionamento político sobre as hetercismono-normatividades. 

Queremos questionar as identidades hegemónicas.

Queremos questionar as identidades hegemónicas, entender que a experiência humana é mais complexa do que dividir pessoas em duas categorias que dizem apenas “Eu sou Mulher” ou “Eu sou Homem”. No espaço das identidades podemos colocar-nos em muitos lugares fora deste mecanismo de controlo social. Sempre fizemos e queremos continuar a fazer parte.

Queremos questionar o nosso modelo social.

Queremos questionar o nosso modelo social. O tempo vai avançando, mas os questionamentos vão ficando, muitas vezes diluídos nas pessoas que, de alguma forma, podem influenciar as respostas a este questionamento. Ter pessoas aliadas é muito importante, mas é preciso mais, muito mais.

Queremos mais, muito mais.

Queremos mais, muito mais. Exigimos respeito para com as nossas identidades. Exigimos uma solução política que seja verdadeiramente inclusiva para pessoas não-binárias. Exigimos o acesso a uma saúde liberta de preconceito e de poder. Exigimos uma escola que respeite quem somos, que nos proteja do bullying. Exigimos um emprego que demonstre a adoção e materialização de políticas inclusivas. Exigimos uma língua que nos represente. Não queremos armários, queremos vida e não apenas sobreviver. 

Queremos existir.